Olá Moçambique e mundo, bem vindos a mais uma super dia #MaCh.
Nos dias de hoje, há uma corrida frenética por abertura de novas empresas, aliás, no contexto da pandemia que vivemos, ficou provado que depender apenas do emprego pode não ser seguro e várias são as iniciativas empreendedoras dos jovens principalmente no ramo digital, agora, imagine que você acabou de abrir uma empresa ou um blog e deseja registar o domínio do empreendimento. Você acede o endereço para se certificar de que não existe nada com aquele nome ainda e... pimba, já existe algo lá, e o pior depois de ter feito o registo completo da empresa a nível das entidades legais.
Por vezes sequer existe um website montado sobre o domínio, mas o mesmo já pertence a alguém. Essa pessoa comprou o domínio para uso pessoal ou, dependendo do valor da combinação de palavras, está “reservando” o nome e renovando a subscrição até aparecer alguém interessado, diga-se de passagem, este é um negócio milionário.
Isto é comum na internet: há pessoas que ganham a vida vasculhando domínios que ainda não foram comprados ou que expiraram e se especializam na comercialização desses nomes, que podem ser pedras preciosas no mundo virtual. Nem todos os processos estão dentro da lei, mas os envolvidos nestes esquemas são tão malandros – e os advogados e trâmites podem ser tão caros – que em muitos casos é preciso entrar nesses mercados obscuros para fazer algum negócio e gastar muitos mas muitos meticais.
A partir de sites como o Who.is ou o https://whois.nic.mz (para domínio com a extensão .mz), você pode saber (não em todos os casos, é verdade) quem é o dono de um domínio, com direito a nome e email. A partir daí, é possível entrar em contacto com o tal senhorio virtual e pedir pela cedência gratuita ou por um preço – geralmente se aplica o segundo caso. Tivemos um caso de uma empresa cliente nossa que levou algum tempo para renovar o domínio e quando quis tê-lo de volta, já não estava disponível, fizemos a pesquisa e percebemos que o mesmo já havia sido registado por uma empresa na China, na tentativa de recupera-lo foi nos cobrado muito mas muito dinheiro e tivemos que desistir.
O poder dos negócios
Por exemplo, dois grandes empresários da LongForm, Max e Aaron, que criaram o site de contos de histórias LongForm.org, queriam obter o domínio LongForm.com — o “com”, que é de “comercial”, antes era só usado para designar companhias de comércio com representação virtual, mas há alguns anos virou a terminação de domínios mais popular, cara e procurada. Ele havia sido adquirido, mas estava sem conteúdo. Ao entrar em contacto com o dono, no caso uma surpresa: o sujeito pediu US$ 30 mil (cerca de 2.190.000,00 MT). A pergunta seria como pagar tudo isso só por um único nome nem tão valorizado assim?
Quem está mais desesperado, tem esse dinheiro para gastar ou não faz ideia de quanto custa o registo pode até desembolsá-lo mas há quem não consegue pagar e se vê na obrigação de criar um domínio alternativo pouco atraente e que se mostra distante do nome real da empresa. Depois de muita conversa e de acidentalmente revelarem que eram os donos do LongForm.org, aumentando o valor pessoal da mercadoria para eles, os sócios receberam o ultimato de US$ 25 mil. Por terem recusado, o sujeito aparentemente vendeu a marca por um preço desconhecido para outra companhia.
Existem ainda empresas que fazem prospecção de domínios para marcas, como a Mark Monitor. Foi ela quem comprou a LongForm.com, apesar de não ter informado o motivo da aquisição. É assim que ela funciona: suponha que você vai abrir uma loja de sumos de laranja e tenta registar "sumosdelaranja.com". Se ele já estiver disponível, a Mark Monitor faz de tudo para comprar o registo (dependendo do valor e de quanto o contratante estiver disposto a desembolsar, claro), além de buscar dezenas de variáveis — sumosdelaranja.com, lojadesumosdelaranja.com, compresumodelaranja.com e por aí em diante.
Max e Aaron recusaram todas as “ofertas” e o LongForm.com continua inactivo, apesar de, aparentemente, ter mudado de dono para um proprietário anónimo.
Michael Berkins, o magnata dos domínios
O homem que comprou o LongForm.com pela primeira vez e revendeu a alguém é Michael Berkins. Ele é um especialista e uma espécie de celebridade na área: alega que comercializa "alguns milhares" de domínios por ano e faz "mais de 1 milhão de dólares" com revendas pela loja MostWantedDomains. Em 2012, ele comprou o meet.me (que pode ser traduzido como "encontre-me") por US$ 5,8 mil e revendeu por US$ 450 mil, um dos recordes no sector.
"Eu penso que existem pessoas que possuem uma visão que enxerga essas coisas. Eu vou para uma lista de 100 mil domínios que são disponibilizados todos os dias e vejo 20 ou 30 que valem alguma coisa. Acho que é um talento", explicou ao Reply All. É puro instinto de vendedor. Berkins começou a investir em domínios em 1997, quando a bolha da internet estava prestes a estourar: ao mesmo tempo em que negócios virtuais não paravam de surgir, indicando um mercado em crescimento, vários outros fechavam as portas, liberando endereços valiosos.
O que fazer?
Como um empresário, proprietário ou simples dono de blog pode garantir uma segurança nesses casos? Uma estratégia seria registar suas marcas como nomes de domínio, principalmente se pretende lançar novos produtos no futuro e com alcance a outros países além do Moçambique, isto é, é necessário que antes de ir ao Fonte Azul ou BÁU para registar a sua empresa, o empresário/empreendedor deve procurar a nível da internet ou da propriedade intelectual saber se já existe alguma marca ou domínio registado com o mesmo nome para evitar investimentos desnecessários ou economias exageradas que podem virar prejuízos o que não é bom para quem está a iniciar, é importante ser bastante cauteloso e não divulgar o nome do seu domínio antes de registá-lo, nem em cartões de visita, ou qualquer material de comunicação, o registo de domínios, deve fazer parte dos primeiros passos para o início de uma empresa, até porque não é assim tão oneroso.